Com a pandemia da covid-19, muita coisa mudou no cotidiano das pessoas e empresas. Como boa parte das organizações teve que adotar o trabalho remoto, isso impactou a rotina organizacional, bem como a dinâmica da estrutura de governança e a interação com as partes interessadas (stakeholders). Do mesmo modo, a transformação digital da Governança Corporativa tem ganhado cada vez mais espaço.
A pandemia acelerou a decisão de investimento em tecnologias que facilitem a administração da empresa, como o software de governança. Porém, esta transformação digital precisa chegar até as mesas dos Conselhos de Administração. O principal órgão de governança deve ter proatividade e participação direta
na escolha dos caminhos para o processo de transformação digital. A nova mentalidade das lideranças é que definirá o grau de sucesso dessa transformação.
5 razões para que a transformação digital esteja na agenda dos Conselhos de Administração
A seguir, confira algumas motivações para que o Conselho de Administração da sua organização discuta sobre as possibilidades de se aliar a esta tendência:
01. Crescimento
Parcela relevante das vendas e do crescimento das organizações na próxima década virá por meio de canais digitais. A decisão do cliente está cada vez mais direcionada a serviços e produtos oferecidos pela internet, com suporte online, informação centralizada e em tempo real. A transformação digital das vendas é um passo obrigatório para organizações que queiram crescer, e é papel do Conselho criar um ambiente de crescimento que propicie oportunidades para aquisição e manutenção dos melhores talentos.
02. Eficiência
A transformação digital aplicada a processos organizacionais traz ganhos relevantes. Processos produtivos, de gestão de trabalho e desempenho, logísticos, administrativos e vários outros podem ser digitalizados e automatizados. Esta digitalização hoje é necessária para competir no mercado, pelos impactos que ela gera em redução de custos e aumento de eficiência para os consumidores de produtos e serviços da sua organização. Concorrentes à frente neste aspecto estão na liderança de seus mercados, conquistando a nova geração de clientes e também a carteira de empresas obsoletas.
03. Valuation
Um dos papéis do Conselho de Administração é aumentar de forma consistente o valor de sua organização. O mercado é unânime em diferenciar organizações “da velha economia” e organizações com parte ou a totalidade de seus processos baseados em transformação digital. As recentes ofertas públicas de ações mostraram empresas avaliadas por múltiplos de EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e empresas avaliadas por múltiplos de receita. Com uma boa margem de segurança, é possível afirmar que as empresas que largaram na frente na corrida da transformação digital alcançaram precificações melhores em suas ofertas.
04. Segurança da informação
Todos os anos cresce exponencialmente o volume e formas de ciberataques a empresas e organizações. No Brasil, o Wannacry, um ransonware que se espalha pela rede a partir de um funcionário que abre um arquivo (posteriormente criptografa os dados e pede um resgate em dinheiro para liberá-los), paralisou operações do INSS e afetou organizações como Petrobrás, Telefônica/Vivo, Santander, tribunais de justiça do país e milhares de outras entidades. Isso custou não somente o resgate, mas também a reputação destas organizações.
Esta escala de ataques cibernéticos atinge organizações de todo o mundo. Em termos de dados pessoais, foram milhares de ataques apenas em 2020, atingindo desde organizações privadas de grande porte (como os hotéis Hilton e a Honda) a entidades como a Receita Federal Brasileira e o Ministério da Saúde. Portanto, é função do Conselho de Administração estudar o assunto e fazer o que estiver ao seu alcance para evitar situações como essa. A negligência neste caso pode ter um preço muito elevado.
05. Conselho Digital
Um Conselho “analógico” – ou seja, sem um software de governança – tem menores chances de promover a digitalização dos processos. A liderança pelo exemplo é sempre o maior motivador dos liderados. Um Conselho de Administração “analógico” é por definição um Conselho mais exposto aos riscos de segurança cibernética, e tende a ser menos eficiente, entregando menos crescimento e menos valor às suas organizações. Portanto, o primeiro passo é transformação digital da Governança Corporativa, que deve vir de um Conselho de Administração.