Sucessão familiar no Agronegócio: o que é e como fazer

Algumas organizações são criadas para passar de geração em geração. Entenda o que é e como funciona a sucessão familiar no agronegócio.

Data de Publicação: Mar 23, 2023
Escrito por: Luiz  Gustavo Anjos

Sucessão familiar no agronegócio: o que é e como fazer

Algumas organizações são criadas para passar de geração em geração. Entenda o que é e como funciona a sucessão familiar no agronegócio.

O que é um negócio familiar?

O negócio familiar é a mescla entre trabalho e família. Este tipo de empresa é caracterizado por uma estrutura mais enxuta, onde membros da família podem ocupar funções empresariais, tais como acionistas, membros da diretoria, entre outros.

Assim, quando o assunto é negócio familiar rural, entende-se que a família, detentora da maior parte dos votos no processo deliberativo, atua em conjunto no segmento do agronegócio.

Neste modelo de organização, o processo de sucessão em cargos complexos é um assunto relevante, pois pode envolver conflitos de interesses – questão que nos leva a falar de Governança corporativa…

Governança corporativa em um negócio familiar

Qual o papel da Governança corporativa dentro disso tudo? Em essência, Governança corporativa é um sistema que diz quem pode e quem deve fazer o quê. Ela organiza as hierarquias e responsabilidades de cada parte de uma organização, evitando o conflito entre administradores e stakeholders.

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), “é um conjunto de regras e procedimentos pelos quais empresas e outras instituições são administradas, monitoradas e estimuladas”.

No caso dos negócios familiares, a Governança então assume papel fundamental de garantir que não exista conflitos de interesses entre a família que detém a maioria dos votos e os stakeholders.

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Vantagens de um negócio familiar

Talvez, o leitor pode estar se perguntando: “afinal, qual a vantagem de ter um negócio familiar?” É o que veremos a seguir:

    • Comprometimento: normalmente, ver o próprio negócio se desenvolver e passar para as mãos das próximas gerações faz com que a família tenha maior comprometimento. É comum familiares investirem mais tempo e dinheiro na empresa, visando o resultado a longo prazo;
    • Transmissão do conhecimento: as experiências, habilidades e conhecimentos acumulados ao longo do tempo são também passados de geração para geração nos negócios familiares;
    • Confiabilidade: os membros de empresas familiares se dedicam para aumentar os resultados e manter um bom relacionamento com seus parceiros (clientes, fornecedores, funcionários, comunidade etc.), pois seu nome e reputação estão associados ao produto ou serviço entregue.

Desvantagens de uma empresa familiar

Claro que, como qualquer outro tipo de organização, o negócio familiar também possui algumas desvantagens. Descubra quais são:

    • Informalidade: por vezes, nas empresas familiares, não se estabelece práticas e controles orçamentários, financeiros e comerciais bem definidos. Isso pode se tornar um problema no futuro;
    • Falta de disciplina: outra questão é a falta de disciplina em relação às decisões estratégicas para a organização. O próprio processo de sucessão é um exemplo de atividade que recebe menos atenção do que deveria;
    • Complexidade: ocasionalmente, emoções e complexidades familiares podem influenciar o negócio, possibilitando a emergências de riscos e problemas para a empresa.

Imagem com texto ao fundo branco e azul. O texto diz: Negócios familiar - vantagens e desvantagens. Abaixo, elenca-se as vantagens e desvantagens já comentadas no texto.

A importância do Plano de Sucessão Familiar no agronegócio

Um Plano de Sucessão Familiar é fundamental para a profissionalização de um negócio familiar, seja do agronegócio ou de qualquer outro segmento.

Existem alguns desafios enfrentados por empresas familiares no processo de passagem de bastão de uma geração para outra. Por vezes, os herdeiros não têm interesse pela área ou até não estão preparados o suficiente para assumir o negócio. O plano de sucessão familiar leva em consideração tais dificuldades e proporciona um planejamento flexível para diversos cenários possíveis.

A partir disso, seu negócio poderá fazer uma transição segura em cargos complexos. Tanto que, quanto antes este plano for desenvolvido, mais rápido se poderá tomar as precauções necessárias para a segurança da sua organização.

Gestão de Riscos em uma Empresa Familiar

Pode-se perceber que plano de sucessão familiar tem tudo a ver com gestão de riscos. Afinal de contas, a qualidade das futuras lideranças é algo com que toda organização deve se preocupar, pois impacta a estabilidade e perenidade do negócio. E toda empresa quer garantir sua perenidade, não é mesmo?

A possibilidade de construir uma liderança forte e preparada para a estrutura da sua empresa é outra vantagem do plano de sucessão familiar. A sua organização se preocupa com a gestão de riscos? Se sim, o plano de sucessão familiar é parte desse gerenciamento de futuras ameaças ao negócio.

8 dicas para o planejamento de Sucessão Familiar no agronegócio

Talvez, o leitor esteja planejando a sucessão familiar em seu próprio negócio, mas ainda se sente um pouco perdido em relação às boas práticas do processo sucessório. Se este for o caso, compartilhamos algumas dicas para o planejamento da sucessão familiar:

Imagem de texto ao fundo branco. Na parte esquerda, vê-se uma mulher interagindo com um plano. O texto diz: 8 dicas para o planejamento da sucessão familiar no agronegócio.

    1. Planeje a sucessão familiar com antecedência: quanto antes a sua empresa se preocupar com o processo sucessório, mais tempo ela terá para prever possíveis obstáculos e se preparar e garantir a segurança;
    2. Elabore um plano flexível: leve em consideração que, apesar de todo planejamento, não se sabe o que o futuro reserva. O mercado e até mesmo questões familiares poderão mudar com o tempo. Por isso, é importante desenvolver um plano flexível de acordo com as necessidades;
    3. Envolva a família: também é aconselhável envolver os membros da família no planejamento de sucessão para evitar que futuramente existam discórdias em relação às decisões tomadas;
    4. Observe a família de maneira realista: ao envolvê-los, vale examinar objetivamente os pontos fortes e fracos de todos os candidatos à sucessão, pensando no que é melhor para o negócio;
    5. Treine a pessoa sucessora: além de planejar a transferência da propriedade, o planejamento de sucessão também deverá englobar o treinamento da pessoa sucessora, assegurando que ela esteja preparada para assumir o negócio quando chegar o momento;
    6. Envolva o RH: conforme o planejamento de sucessão é elaborado, todas as camadas de gerenciamento devem ser analisadas. Nesse sentido, o setor de Recursos Humanos pode oferecer grande ajuda, analisando a possibilidade de promover um colaborador para cargo em questão;
    7. Considere contratar um CEO: além de promover um colaborador, outra alternativa é contratar um CEO de fora da organização. Com o planejamento de sucessão, os proprietários do negócio podem traçar qualidades e iniciativas que buscam no próximo líder;
    8. Peça ajuda: se você tem dúvidas, não deixa de pedir ajuda a alguém que sabe. Uma boa iniciativa é ter o auxílio de um comitê consultivo, integrado por advogados, consultores financeiros, controllers, contadores e consultores. Existem também empresas especializadas em planejamento de sucessão familiar.

O papel do Comitê consultivo no Plano de Sucessão Familiar

O Comitê de consultivo ou de sucessão tem o objetivo de analisar e desenvolver o mapa sucessório da organização. Assim, é sua responsabilidade cuidar das discussões sobre os sucessores indicados. Um exemplo disso é quando presidente e diretores vão definir seus sucessores. O que deve ser uma tarefa cuidadosa e estratégica para a empresa e seu desenvolvimento.

Em outras palavras, esse comitê assume o importante papel de prestar auxílio à Alta administração do seu negócio familiar durante a elaboração e até exercício do plano de sucessão familiar. Contar com essa ajuda poderá conferir maior qualidade e profissionalismo às transições em cargos complexos.

 

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