COP27: plano de ação da ONU busca evitar “inferno climático”

Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, foi severo ao cobrar uma resposta à crise climática, enquanto plano de ação da ONU financia só 6% do necessário.

Data de Publicação: Mar 23, 2023
Escrito por: Luiz  Gustavo Anjos

COP27: plano de ação da ONU busca evitar “inferno climático”

 

No último domingo (6), foi realizada a primeira reunião da COP27, a Conferência do Clima das Nações Unidas. O encontro é feito em Sharm el-Sheikh, no Egito, e ocorre até dia 18. O foco do evento é a implementação do Acordo de Paris, iniciado em 2015. Na segunda-feira seguinte à abertura, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, foi severo ao pedir posicionamento dos países diante do que ele chamou de “inferno climático”.

Após a dura manifestação, Guterres apresentou um plano de ação para evitar a crise, desenvolvido pela Organização Meteorológica Mundial e parceiros, e apoiado por uma declaração assinada por 50 países. A ideia era ressaltar que esta é a COP da ação. Entretanto, o orçamento levantado – pouco mais de US$ 3 bilhões – representa apenas 6% dos mais de US$ 50 bilhões necessários para financiar as nações que mais precisam.

“Estamos na luta de nossas vidas. E estamos perdendo. As emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo. As temperaturas globais continuam subindo. E nosso planeta está se aproximando rapidamente de pontos de inflexão que tornarão o caos climático irreversível”, apontou o secretário-geral.

Embora os países estejam dobrando a diminuição das emissões de gases de efeito estufa, as iniciativas não são suficientes para balizar o aumento da temperatura global a 1,5°C até o fim do século. É o que mostra um relatório publicado pela ONU. “Os esforços coletivos do G20 estão vindo pouco e tarde demais”, destacou Guterres. “As ações das economias mais desenvolvidas e emergentes simplesmente não somam.”

Para converter este quadro, na visão de Guterres, é necessário urgência. “Estamos em uma luta de vida ou morte pela nossa própria segurança hoje ou pela nossa sobrevivência amanhã”, declarou. Mesmo assim, somente 29 dos 194 países apresentaram planos nacionais mais consistentes desde a COP26, que aconteceu há um ano em Glasgow.

 

Mais de 100 líderes mundiais se reuniram na COP27 em Sharm El-Sheikh, no Egito, para trabalhar na implementação dos acordos climáticos existentes. Eles foram recebidos pelo presidente do país-sede, Abdel-Fattah El-Sisi, e pelo secretário-geral da ONU.

A cúpula começou com uma plenária de abertura feita pelo presidente Abdel-Fattah El-Sisi, que contou com uma série de outros oradores proeminentes, de chefes de estado a líderes climáticos, que transmitiram mensagens sobre a relevância de ações urgentes para lidar com as mudanças climáticas. Depois da abertura, houve três mesas redondas com líderes mundiais para debater questões relacionadas às crises climáticas.

As discussões e definições do evento giram em torno de três temas: Mitigação, Financiamento climático e Adaptação à mudança do clima. Temas que, na visão de Vanessa Weber Leite, mestre em Governança e Sustentabilidade pelo Instituto Superior de Administração e Economia e especialista em ESG, impactam diretamente as vidas de todas as pessoas e regiões no planeta, em especial nas comunidades mais vulneráveis.

“Acredito que o direcionamento de políticas de investimento e de ações programáticas para a preparação da adaptação climática que está em curso – em síntese, a gestão de crises – gera oportunidades de soluções inovadoras quando bem gerenciadas”, complementa.

Você pode acompanhar os highlights do evento pelo canal oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas no YouTube.

Descrição da imagem: líderes de diversos países se reúnem para assistir à COP27. Atrás deles, um outdoor diz: "welcome to Egipt".

Para Vanessa, entender as mudanças climáticas, do ponto de vista organizacional, é relevante para alinhar a organização em relação às metas de redução de GEE, considerando riscos e oportunidades do negócio e do segmento.

“Mudanças climáticas é um tema de cenário social onde as decisões de curto prazo impactam no longo prazo, há riscos relacionados a imagem e reputação organizacional, cadeia produtiva e uso de recursos não renováveis, gestão de impacto e compromissos de longo prazo, que de formas distintas impactam o negócio”, explica.

Por outro lado, em relação às pessoas, especialmente líderes ou tomadores de decisão nas organizações, a especialista diz que não considerar as mudanças climáticas é se abster de gerenciar riscos e oportunidades para as partes interessadas.

COP27 e ESG

 

De acordo com Vanessa, a relação entre a COP27 e ESG está na confirmação da agenda de investimento local e internacional, tendo como base os critérios ESG. “Há grandes chances de a agenda ESG ser intensificada para consolidar inovações sustentáveis que busquem mitigar, compensar ou prevenir impactos ambientais nos processos produtivos e na sociedade”, assegura.

ESG é a abreviação de “Environment, Social & Governance” (Ambiental, Social e Governança, no português). O conceito dessa sigla tem a ver com boas práticas que orientam as empresas a serem mais sustentáveis em questões ambientais, sociais e de Governança corporativa.

Aquecimento global: o que é?

 

Aquecimento global é o aumento elevado da temperatura média da Terra. Esse fenômeno se agrava em consequência das ações humanas, principalmente aquelas que emitem gases carbônicos (CO2), também chamados de gases de efeito estufa. A concentração desses gases na atmosfera possibilita a passagem dos raios solares e, consequentemente, o aumento excessivo da temperatura no planeta.

Descrição da imagem: ilustração exemplifica como ocorre o efeito estufa. Enquanto a ação humana lança gases de CO2 para a atmosfera, esses gases se concentram e permitem que os raios solares tenham incidência mais forte sobre a Terra, o que ocasiona o aquecimento global.

 

 

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