Mulheres Nos Conselhos: A Importância Da Representatividade No Topo

22,5% das empresas não tinham nenhuma mulher ocupando a posição de conselheira ou diretora em 2021, informa IBGC.

Data de Publicação: Mar 23, 2023
Escrito por: Luiz  Gustavo Anjos

Mulheres nos conselhos: a importância da representatividade no topo

Hoje é celebrado o Dia Internacional das Mulheres, data que promove discussões a respeito da igualdade de gênero e dos desafios enfrentados pelas mulheres em todas as esferas da sociedade. Um dos problemas que se torna alvo de debate é a importância da representatividade para a tomada de decisão em conselhos de administração de organizações.

Conforme o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), 22,5% das empresas não tinham nenhuma mulher ocupando a posição de conselheira ou diretora em 2021. O levantamento contou com a participação de 211 empresas listadas na B3 em segmentos diferentes de governança corporativa: 164 organizações pertencem ao Novo Mercado; 21 organizações ao Nível 2 e 26 organizações ao Nível 1.

Deborah Patricia Wright é executiva há mais de três décadas, ocupou a posição de presidência em empresas por mais de 15 anos e exerce o papel de conselheira no IBGC. No webinar Mulheres nos Conselhos: como impulsionar a diversidade no topo, Wright afirmou que, nos últimos cinco anos, a “diversidade ganhou protagonismo nos principais fóruns dos debates globais”.

“A grande parte das empresas e dos investidores de grandes fundos, em maior ou menor grau, já se convenceu da importância deste tema e o incluiu em suas diretrizes estratégicas”, enfatiza a executiva. “O desafio é fazer acontecer nos diversos ecossistemas e, em especial, nas lideranças.” Para Wright, uma prática para o sucesso desta estratégia é a inclusão, no sentido de permitir o sentimento de pertencimento da mulher em relação ao espaço que ela acessa.

De acordo com a pesquisa Brasil Board Index 2021, feita pela Spencer Stuart, as mulheres ocupam 14,3% das cadeiras dos Conselhos de Administração no Brasil contra 11,5% no ano de 2020. Também 65% dos conselhos analisados apresentam ao menos uma mulher em sua composição – diferente de 2020, quando o índice era de 57%.

“Apesar da melhora dos indicadores, estamos muito longe de uma paridade de gênero nos colegiados de governança corporativa”, observa Sara Caballero, COO na Atlas Governance. “Os maiores desafios são a falta de iniciativas para abrir espaços para as mulheres na alta hierarquia das empresas e a pouca adaptação das organizações para facilitar a conciliação e o crescimento profissional.”

A desigualdade no mercado de trabalho não condiz com os indicadores educacionais. Isso porque, na população entre 25 e 44 anos, 21,5% das mulheres concluíram o Ensino Superior. Já entre os homens, o percentual era de 15,6%. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2016, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quais as vantagens da diversidade na alta administração?

 

Segundo Wright, a diversidade tem um impacto tangível sobre a produtividade no trabalho e o valor organizacional. “[A diversidade] amplia uma base de talentos, aumenta o engajamento entre colaboradores, melhora a qualidade das lideranças, conecta melhor a marca com seus consumidores, dá acesso a uma gama de variadas competências e conhecimentos”, aponta a executiva. “Eu acredito que o que se busca é a diversidade cognitiva. Isso contribuirá para a geração de valor, na base de todo processo de inovação e de sucesso, e não tem empresa vá crescer sem inovação.”

Na visão de Caballero, a diversidade e inclusão nos conselhos de administração e em todos os colegiados é uma parte integral da governança. “Sem diversidade não há avanço nem inovação, e em um conselho, onde se discutem estratégias para o futuro, devemos ter uma diversidade de vozes e pontos de vista que agreguem valor e representem os interesses de todos os stakeholders”, afirma a especialista.

“Temos dados que comprovam os benefícios de ter mulheres na liderança e ocupando assentos em conselhos para a rentabilidade e o crescimento das empresas”, assegura Caballero. “Ignorar estes benefícios pode custar o crescimento e a sobrevivência das empresas.”

Quer descobrir mais sobre a importância do papel da mulher no conselho das organizações? Assista ao bate-papo gravado e gratuito “Mulheres nos Conselhos: como impulsionar a diversidade no topo, com Deborah Patricia Wright, conselheira e executiva, e Sara Caballero, COO na Atlas Governance.

Banner clicável para LP de acesso à palestra gravada de Deborah P. Wright sobre Mulheres nos Conselhos.

 

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