COP27: acordos climáticos selados no evento
Desde o dia 6 de novembro, ativistas, representantes e chefes de estados se reuniram em Sharm el-Sheikh, no Egito, para a COP27. Na ocasião, acordos climáticos foram selados entre os participantes para a gestão da crise climática no mundo. Descubra a seguir alguns deles:
Fundo de perdas e danos
No dia 20 de novembro, os envolvidos concordaram com a criação de um fundo de perdas e danos, o principal acordo feito no evento. A medida prevê que países ricos apoiem outros em desenvolvimento, que são mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática.
“Ouvimos os chamados e atendemos. Hoje, aqui em Sharm El-Sheikh, estabelecemos o primeiro fundo dedicado para perdas e danos, um fundo que vem sendo elaborado há tanto tempo”, afirmou o presidente da COP, H.E. Sameh Shoukry. “Era apropriado que esta COP, a COP de implementação na África, fosse onde o fundo fosse finalmente estabelecido. Milhões em todo o mundo podem agora sentir um vislumbre de esperança de que seu sofrimento será finalmente resolvido, de forma rápida e apropriada.”
Por outro lado, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Gueterres, destacou: “isso, claramente, não será suficiente, mas é um sinal político muito necessário para reconstruir a confiança quebrada. As vozes daqueles que estão na linha de frente da crise climática devem ser ouvidas. O sistema da ONU apoiará esse esforço em cada passo do caminho”.
A questão das perdas e danos foi, pela primeira vez, central na agenda da COP e, para os organizadores, o progresso em seu financiamento é uma parte fundamental do sucesso da COP27. Foram feitas promessas financeiras por perdas e danos de vários países durante a COP, incluindo Áustria, Bélgica, Canadá, França, Alemanha e Nova Zelândia, juntando-se à Dinamarca e à Escócia, que haviam feito promessas anteriormente.
Meta de temperatura global e Acordo de Paris
O Acordo de Paris, negociado e adotado por 196 envolvidos em 2015, permanece intacto. Os compromissos, aliás, foram fortalecidos. A meta de manter intacta a temperatura global de 1,5°C, por exemplo, foi reafirmada.
Para alcançar esse objetivo, levantou-se um total de 105,6 milhões de dólares em novos financiamentos. Uma nova Parceria de Transição Energética Justa da Indonésia também foi anunciada. Com isso, cerca de 20 bilhões de dólares deverão ser mobilizados nos próximos três a cinco anos para acelerar uma transição energética justa.
“O trabalho que conseguimos fazer aqui nas últimas duas semanas e os resultados que alcançamos juntos são uma prova de nossa vontade coletiva, como comunidade de nações”, disse o ministro egípcio Shoukry. Para ele, uma mensagem ressoa em todo o mundo por meio do evento: “essa diplomacia multilateral ainda funciona apesar das dificuldades e desafios do nosso tempo, da divergência de pontos de vista, nível de ambição ou apreensão. Continuamos empenhados na luta contra as alterações climáticas”.
A respeito disso, no entanto, Guterres afirmou: “o mundo ainda precisa de um salto gigantesco na ambição climática. A linha vermelha que não devemos cruzar é a linha que leva nosso planeta acima do limite de temperatura de 1,5 graus”. O secretário-geral da ONU pretende convocar em 2023 uma reunião de “ambição climática, antes da conclusão do balanço na COP28.
Tecnologia climática
Também foi acordado nas reuniões da COP27 o desenvolvimento de um novo programa para promover soluções de tecnologia climática em países em desenvolvimento dentro de cinco anos.
Florestas e desmatamento
Outras discussões do evento envolveram as iniciativas para deter a perda florestal da terra até 2030. Principalmente a partir do Forest and Climate Leaders’ Partnership, pretende-se unir ações de governos, empresas e líderes comunitários em favor da causa florestal.
Além disso, neste mês será realizada a Conferência de Biodiversidade da ONU, onde se espera que os países assumam metas ambiciosas em relação à conservação da biodiversidade para a próxima década.