Matriz de materialidade: o que é e como fazê-la

Conheça a Matriz de Materialidade, o que é e por onde começar!

Data de Publicação: Mar 23, 2023
Escrito por: Luiz  Gustavo Anjos

A Matriz de Materialidade ganhou visibilidade e força como um elemento do Relatório de Sustentabilidade elaborado a partir das diretrizes da Global Report Initiative (GRI), com o objetivo de “melhorar a qualidade, o rigor e a aplicabilidade dos relatórios de sustentabilidade” das organizações.

Depois disso, ela passou a se popularizar entre as organizações que se preocupam com as pautas de sustentabilidade e visam se destacar estrategicamente no mercado a partir dessas questões relacionadas aos princípios de ESG, sigla que vem do inglês Environmental (Ambiental), Social (Social) and corporate Governance (Governança). 

Para entender como funciona a Matriz de Materialidade na prática e como ela pode ajudar sua empresa, confira este artigo até o final.

O que é Matriz de Materialidade

Matriz de Materialidade é um recurso utilizado para definir e propagar os principais temas que vão ajudar a organização a alcançar seus objetivos estratégicos dentro do mercado. Essa matriz permitirá analisar cada um desses temas relevantes buscando ações que possam minimizar custos e melhorar a participação da organização no cenário mercadológico. Com a matriz, visualiza-se melhor o potencial “campo” de problemas, ou, mesmo que não sejam problemas, os pontos de destaque que demandam priorização, investimento, engajamento e ação.  

A Matriz de Materialidade tem, portanto, papel fundamental para a sustentabilidade das empresas. Ela permite que riscos sejam evitados dentro das organizações, já que busca trazer previsibilidade para o futuro do negócio, seguindo os critérios ambientais, sociais e de governança. O mapeamento e estruturação desta matriz permite que a empresa passe a planejar ordenadamente suas iniciativas práticas, para que a sustentabilidade não se torne apenas um conceito etéreo na vida da organização.  

Diferença entre Matriz de Materialidade e Matriz de Risco 

 

Como a Matriz de Materialidade ainda é uma metodologia recente, alguns ainda a confundem com a Matriz de Risco. Na prática, a diferença principal é que a matriz de risco é uma ferramenta que permite visualizar e selecionar quais são os riscos que devem ter prioridade de tratamento em uma organização, ou seja, é uma avaliação dos riscos a serem tratados de forma hierarquizada, ela trata de hipóteses de materialização de problemas e previsões de controles, não de temas.  

Porque a Matriz de Materialidade é importante

O primeiro passo para entender a real importância da Matriz de Materialidade é compreender que seu objetivo vai além das questões internas da organização, ela também vai ser um guia para atender os interesses do público. Ela olha, portanto para todos os stakeholdersenvolvidos no ecossistema de atuação do negócio.  

Por isso, a partir do seu desenvolvimento, é possível compreender em quais áreas a organização mais tem conseguido gerar impacto positivo, permitindo que seja utilizada como uma ferramenta de gestão para tomar decisões mais assertivas estrategicamente.   

Assim, a Matriz de Materialidade deve considerar os stakeholders internos e externos à empresa. Isso vai permitir que a comunicação seja transversal e baseada em temas pautados na Sustentabilidade e nos impactos que essas temáticas podem gerar a médio e longo prazo.   

A importância da Matriz de Materialidade na Governança Corporativa

Quando falamos em Matriz de Materialidade, estamos falando sobre governança corporativa. Por isso é necessário compreender que a empresa que possui uma Matriz de Materialidade está buscando aplicar critérios ESG na sua rotina.   

Essa matriz define os temas principais que uma empresa deve se preocupar para aplicar boas práticas de governança. Por exemplo, se o tema diversidade e inclusão aparece na Matriz de Materialidade da empresa, ele é uma prioridade dentro do panorama dessa organização.   

Nesse caso, ações que propagam os valores da diversidade e inclusão devem ser realizadas para que isso seja prioridade em todos os âmbitos do negócio, da diretoria ao time de atendimento ao cliente.   

Matriz de Materialidade e GRI

Como citado anteriormente, a Matriz de Materialidade surgiu a partir do relatório de sustentabilidade da GRI, mas o que quer dizer GRI e como ela funciona na prática? Confira a seguir:  

O que é GRI

A Global Reporting Initiative (GRI) é uma organização internacional de padrões independentes que ajuda empresas, governos e organizações a comunicar seus impactos em questões sustentáveis, como mudança climática, direitos humanos e práticas anticorrupção.   

Assim, a GRI foi a pioneira na padronização das informações contidas nesses relatórios, trazendo diversos tópicos vantajosos a partir dos seus modelos apresentados. Depois disso, outras empresas passaram a divulgar seus relatórios de sustentabilidade, compartilhando objetivos e resultados que visam uma gestão sustentável, o que ajuda e fortalece o mercado em geral.  

Atualmente a GRI está estudando novas iniciativas, ainda mais completas, para oferecer padrões e relatórios que estejam em conformidade com uma linguagem mais uniforme de mercado. O que deve simplificar aspectos em comum entre os diferentes padrões de relatórios existentes.  

Matriz de Materialidade e Stakeholders

O termo e o conceito de Stakeholders foram criados na década de 1980, pelo filósofo norte-americano Robert Edward Freeman, e indicam qualquer indivíduo ou organização que, de alguma maneira, são impactados pelas ações de uma outra empresa. Traduzindo de forma direta para o português, stakeholders significa a “parte interessada”.  

A intenção de definir stakeholders é que qualquer empresa precisa desenvolver algum tipo de valor para o mercado e também internamente, para seus colaboradores. Por exemplo: clientes, fornecedores, funcionários, comunidades e investidores são os principais stakeholders de uma organização.  

Agora, talvez você esteja se perguntando qual a ligação de stakeholders com Matriz de Materialidade? É simples: A Matriz de Materialidade leva em consideração quais temas são mais relevantes para os stakeholders, ou seja, os temas de maior preocupação da organização precisam ser definidos a partir dos interesses de seus stakeholders.   

No processo de desenvolvimento da Matriz de Materialidade, os stakeholders serão entrevistados, para que ela esteja de acordo com o que eles consideram mais importante naquele determinado momento.   

Matriz de Materialidade e Compliance

De maneira conceitual, o Compliancebusca gerar valor ao negócio e assegurar a sobrevivência e o crescimento orgânico da empresa, evitando que riscos e infrações se materializem. Por isso a Matriz de Materialidade pode ajudar nessa área, já que o mapeamento dos temas que são mais relevantes para a empresa em determinado período é definido pela Matriz de Materialidade, que vai guiar a organização para desenvolver ações e estratégias que mantenham a empresa engajada em lidar com esses assuntos. Por isso, apesar de ela não se confundir com a Matriz de Riscos, que também é gerenciada pelo setor de compliance, elas se comunicam através de intercessões temáticas que merecem a atenção da organização.  

Matriz de Materialidade e Meios de Comunicação

Outra maneira importante de medir qual temática deve ser levada em consideração para desenvolver uma Matriz de Materialidade é como a organização é vista e referenciada pela mídia.   

Por exemplo, uma empresa de refrigerante pode – e deve – se preocupar com questões nutricionais, pois, na mídia, é comum associarem o consumo excessivo deste tipo de produto à obesidade. Assim, os assuntos e a forma como eles são abordados pela mídia podem apontar possíveis temas que a empresa deve levar em conta ao guiar sua estratégia e desenvolver sua Matriz de Materialidade. 

A Matriz de Materialidade e ESG

A Matriz de Materialidade é uma das ferramentas que podem ajudar as empresas ou organizações na aplicação dos critérios ESG. A seguir você entende o que significa essa sigla e como ela se conecta à Matriz de Materialidade.  

O que é ESG?

A sigla ESG, “Environmental, Social and Governance” (ambiental, social e governança, em português), no contexto utilizado hoje, foi mencionada pela primeira vez em 2005, no relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), Who Cares Wins (ou, em português, “ganha quem se importa”).   

Esse relatório foi desenvolvido por iniciativa de diversas instituições financeiras visando definir orientações de como as empresas e organizações devem considerar questões ambientais, sociais e de governança na hora de investir ou receber investimentos. A partir de então, as empresas passaram a utilizar os critérios de ESG para tornar suas empresas mais competitivas e sustentáveis.   

Matriz de Materialidade e Desenvolvimento Sustentável

Falando em sustentabilidade, a Matriz de Materialidade permite que as empresas consigam identificar os riscos ambientais, sociais e de governança (ESG). Assim, um levantamento de materialidade bem realizado pode ajudar a organização a identificar os dados mais relevantes de sustentabilidade para melhorar a relação da empresa com os stakeholders, incluindo seus investidores.

 A Matriz de Materialidade permite definir as prioridades de uma organização. 

Por onde começar uma matriz de materialidade

Agora que você já entendeu o conceito de Matriz de Materialidade e sua importância, que tal começar a pensar como desenvolver essa ferramenta na realidade da sua organização? Para começar, uma das alternativas é fazer reuniões de entrevistas com os stakeholders da empresa.   

Uma das opções escolhidas por muitas organizações é a contratação de uma consultoria especializada em assessment de riscos e materialidade, assim, as entrevistas e assuntos abordados são mais estratégicos, direcionados, objetivos e não carregam vieses pessoais. 

Depois disso, as respostas devem ser analisadas para que as temáticas mais relevantes que apareceram durante as entrevistas possam ser mapeadas e documentadas, servindo de guia para as ações da empresa em busca da sustentabilidade. Esse é um processo longo e detalhado, mas, muito necessário para o desenvolvimento sustentável de qualquer organização. 

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