Mecanismos de governança: o caminho prático para conselhos verdadeiramente eficazes

Mais do que boas intenções, conselhos fortes exigem estrutura, disciplina e preparação. Veja quais mecanismos fazem a diferença na prática, segundo especialistas em governança.

Data de Publicação: Aug 05, 2025
Escrito por: Nathália  Faria

Todo conselho começa com uma boa intenção: apoiar a gestão, elevar a visão estratégica e contribuir para o crescimento sustentável da organização. Mas, na prática, muitos desses conselhos esbarram em reuniões pouco produtivas, documentos genéricos ou decisões que não se desdobram em ação.  

Afinal, o que realmente diferencia um conselho formal de um conselho eficaz? 

Foi com essa provocação que a Atlas Governance realizou o webinar Do bom ao excelente: o segredo para construir um conselho forte e eficaz. Com participação da conselheira e mentora Geovana Donella, e conduzido por Eduardo Carone, CEO & Founder da Atlas Governance, o encontro teve como foco mostrar o que diferencia conselhos apenas “bons” daqueles que realmente alcançam excelência, além de como aplicar, na prática, os mecanismos que sustentam essa transformação. 

Este artigo reúne os principais aprendizados compartilhados, aplicáveis a organizações de todos os portes que buscam mais efetividade em sua governança. 

Por que algumas empresas decidem criar um conselho (e o que pode dar errado nesse início) 

Formar um conselho é uma decisão que costuma vir quando a liderança da empresa percebe que já não pode tomar todas as decisões sozinha.  

Esse passo, no entanto, pode ser mal executado quando não há clareza sobre o real papel do conselho ou quando se reproduzem modelos informais baseados em relações de confiança, e não em competências estratégicas. Conselhos criados apenas para cumprir formalidades ou compostos por pessoas próximas ao fundador, sem critério técnico, tendem a operar de forma limitada.  

Para que a governança funcione como um diferencial competitivo, é preciso estabelecer, desde o início, os fundamentos que permitem ao conselho atuar com foco, isenção e responsabilidade. 

Conselho eficaz: o que não pode faltar na estrutura inicial 

Para que um conselho funcione de forma eficiente, é essencial criar uma base sólida desde sua origem. Três mecanismos são particularmente relevantes nesse momento: 

  • Regimento interno claro e revisado: o documento deve estabelecer papéis, processos e regras de funcionamento de forma objetiva — e ser tratado como referência viva, não apenas como formalidade. 
  • Composição estratégica do grupo: os conselheiros precisam ter competências alinhadas ao momento da empresa e às decisões de maior impacto no negócio. 
  • Agenda temática anual: construída com base na estratégia e no ciclo da organização, ela garante que os encontros tenham propósito e foco. 

Esses pilares ajudam a evitar erros comuns, como a repetição de pautas operacionais ou a falta de direcionamento estratégico nas reuniões. 

Reuniões produtivas vs reuniões para cumprir protocolo 

Uma das práticas destacadas no webinar foi o envio do Book do Conselho com antecedência. Esse material, que reúne informações estratégicas, indicadores e documentos relevantes, permite que os conselheiros cheguem mais preparados, elevando o nível da discussão e otimizando o tempo disponível para deliberação. 

Outro ponto relevante é o cuidado com a condução do tempo. Reuniões bem-organizadas costumam equilibrar três dimensões: a análise do passado (resultados), a leitura do presente (desafios atuais) e a projeção de cenários futuros 

Essa abordagem evita decisões reativas, ou seja, aquelas tomadas apenas em resposta a problemas urgentes ou sintomas visíveis, e amplia o horizonte estratégico do colegiado, permitindo uma atuação mais propositiva e alinhada ao futuro do negócio. 

Como transformar decisões em ação concreta 

Ao final de cada encontro, é fundamental que os desdobramentos estejam claros: 

  • Quais ações devem ser tomadas? 
  • Quem são os responsáveis? 
  • Em que prazo? 

Definir esses elementos torna o conselho mais eficaz e contribui para que suas decisões tenham impacto real na operação. 

O que acontece entre as reuniões define a força da governança 

O impacto do conselho não se limita ao que é dito durante as reuniões. Muito do valor da governança está no que acontece entre os encontros: na capacidade de acompanhar o que foi decidido, ajustar rotas e garantir que as deliberações sejam absorvidas pela operação. 

O acompanhamento dos KPIs vinculados às decisões do conselho deve ser constante, e não ocasional. Esse monitoramento pode ser simplificado com apoio de tecnologia, mas o que realmente faz diferença é o compromisso do grupo com a continuidade. 

Além disso, a comunicação direta entre o Presidente do Conselho e o CEO funciona como ponte estratégica entre o colegiado e a gestão. E cabe ao CEO garantir que esse alinhamento se estenda à diretoria, criando um fluxo de execução que começa no conselho e termina no resultado. 

Por que tantos conselhos ainda falham, mesmo com boas intenções 

Mesmo com estrutura definida, conselheiros experientes e reuniões regulares, muitos conselhos não conseguem entregar o valor que deveriam. O motivo? Falhas básicas de funcionamento, que continuam sendo comuns mesmo em organizações maduras. 

Entre os erros mais recorrentes estão a falta de leitura dos materiais por parte dos conselheiros, a ausência de isenção nas discussões (especialmente quando há vínculos acionários), o uso de documentos desatualizados e uma agenda que se repete a cada ciclo, sem evolução. 

Esses fatores, isoladamente, já comprometem a qualidade das decisões. E, juntos, podem transformar o Conselho em um órgão burocrático e pouco relevante. 

Governança eficaz é construída com prática, e não com discurso 

Uma das metáforas mais potentes trazidas por Geovana Donella no webinar foi a do “músculo da governança”. Cada mecanismo (regimento, pauta, plano de ação, acompanhamento) precisa ser exercitado com frequência. Governança é disciplina. Não se trata de fazer uma vez, mas de fazer sempre. 

Por isso, o caminho rumo à eficácia não começa com um salto, mas com consistência. Começar pequeno, com uma boa estrutura e rotinas bem definidas, já é o bastante para sair do improviso.  

E, à medida que o conselho amadurece, o uso de plataformas tecnológicas especializadas permite elevar ainda mais o nível de organização, segurança e fluidez da atuação. 

Pronto para estruturar um conselho que gera resultados? 

Governança de verdade é feita com método. Se você deseja que seu conselho evolua do “bom” para o “eficaz”, significa que chegou a hora de investir nos mecanismos certos, com o apoio das ferramentas certas. 

Conheça as soluções da Atlas Governance e veja como podemos apoiar seu conselho com estrutura, inteligência e tecnologia. 

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