ESG: diálogo sobre a sigla evolui, mas não alcança civis, diz estudo

Pesquisa realizada pela LLYC aponta que empresas comunicam ESG, mas o tema se restringe ainda ao círculo empresarial.

Data de Publicação: Mar 23, 2023
Escrito por: Luiz  Gustavo Anjos

ESG: diálogo sobre a sigla evolui, mas não alcança civis, diz estudo

 

O diálogo digital a respeito da estratégia ESG cresceu no Brasil a partir da pandemia, em 2020. Nesse período, cerca de 536,3 mil menções ao termo foram feitas em redes sociais no país. Porém, a sigla se concentra ainda só no círculo empresarial, desconectada da sociedade civil. É o que demonstra o estudo Dissonâncias do ESG com a Sociedade Civil, realizado pela LLYC.

O mesmo relatório ainda revela que os temas mais abordados são o “S” do social, o “A” do Ambiental e o “G” de Governança corporativa, respectivamente. Influenciadores de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) têm mais influência e dialogam melhor com a comunidade civil. Eles promovem discussões a respeito de Sustentabilidade, mas “não citam e nem destacam o acrônimo em suas menções”.

A pesquisa observou, de 2019 a 2021, mais de 3 milhões de menções em redes sociais, blogs e sites sobre o tema, tendo como propósito compreender como a conversação sobre ESG evolui e impacta a sociedade civil brasileira.

De acordo com Vanessa Weber Leite, mestre em Governança e Sustentabilidade pelo Instituto Superior de Administração e Economia e especialista em ESG, as pessoas estão confundindo o que é ESG com Sustentabilidade. “O ESG é mal interpretado. Na verdade, ESG são os fatores que as agências investidoras e fundos usam para avaliar o risco de médio e longo prazo dos investimentos frente a questões sociais e ambientais”, explica. “Quando você vê que as empresas estão buscando mais pela sigla, é porque elas precisam de investimento.”

Outro estudo feito pela Impact! ESG, ferramenta lançada recentemente pelo Google, apontou que 47% dos brasileiros entrevistados não conhecem organizações que tratam da estratégia ESG e somente um em cada cinco deles disseram já ter ouvido falar acerca do tema. Mesmo assim, quatro em cada cinco esperam que as empresas tenham responsabilidade social e ambiental.

“Ainda que ESG tenha um foco principal nos investidores, quem não conhece vai ter que buscar entender para saber se encaixa em sua realidade de negócio”, afirma Vanessa. “Assim o ESG vai passar a ser mais conhecido pela sociedade em geral.” Para a especialista, no entanto, existe o risco de que a sigla seja mais confundida ao se popularizar e, inclusive, abrir brechas para o greenwashing – que é quando empresas fingem ser responsáveis com a sociedade e o meio ambiente.

ESG: o que é e qual a sua importância?

 

ESG é a abreviação de “Environment, Social & Governance” (Ambiental, Social e Governança, no português). O conceito dessa sigla tem a ver com boas práticas que orientam as empresas a serem mais sustentáveis em questões ambientais, sociais e de Governança corporativa.

Para Vanessa, aderir às práticas de ESG é estar alinhado com o cenário mundial e local, que aponta para mudanças climáticas, questões sociais sempre relevantes. “É uma grande possibilidade de inovação”, enfatiza. “Quem não entendeu isso está obsoleto e vai ficar pra trás.”

Conforme levantamento realizado no Google Trends, o interesse pelo termo ESG cresceu 1900% em dois anos. “No mundo, a sigla está mais consolidada. No Brasil, tem crescido a busca por entendê-la e as empresas têm tido mais interesse por aderir práticas sociais e ambientais”, explica Vanessa. “Parece que falta ainda das médias, pequenas e grandes entender que isso é um diferencial, não um impeditivo do negócio. É algo que vai consolidá-lo.”

 

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