Joint Venture: Tudo Sobre esse Tipo de Associação Econômica

Das expedições marítimas da Idade Média até os dias de hoje, o Joint Venture é usado como um modelo de colaboração entre duas ou mais partes com um objetivo em comum. Entenda mais sobre o assunto lendo este artigo.

Data de Publicação: Mar 23, 2023
Escrito por: Luiz  Gustavo Anjos

Joint Venture: tudo sobre esse tipo de associação econômica

Das expedições marítimas da Idade Média até os dias de hoje, o Joint Venture é usado como um modelo de colaboração entre duas ou mais partes com um objetivo em comum. Entenda mais sobre o assunto lendo este artigo.

O que é Joint Venture?

Joint venture é um modelo de parceria entre duas ou mais organizações que reúnem recursos para executar um projeto ou cumprir um objetivo em comum. Essas uniões costumam ser feitas por tempo limitado, seja de curta ou longa duração. Com origem na língua inglesa, o termo “Joint Venture” pode ser traduzido como “aventura conjunta” ou “união de risco”.

Antigamente, as uniões de Joint Venture eram negociadas por expedições marítimas anglo-saxãs que se juntavam visando o aumento dos lucros e redução dos custos do negócio. Hoje, ainda se adota este tipo de estratégia para explorar novos mares, mas os navios foram substituídos por organizações.

A estratégia Joint Venture, em geral, é adotada para fins logísticos, industriais, tecnológicos, comerciais, entre outros. O propósito sempre é estimular a expansão dos negócios, pois, a partir desta parceria, as empresas têm a possibilidade de se inserir em outros mercados.

É importante observar que nessa união não se compartilha só lucros e benefícios, mas, também, os riscos, como o próprio termo sugere (“venture”, no inglês, significa “risco”). Quer dizer que, nesse sentido, nada mudou desde a Idade Média. Na aventura, partilha-se tanto a fortuna quanto os infortúnios.

Em resumo, pode-se afirmar categoricamente que as Joint Ventures podem ser aplicadas para:

    • Explorar novos mercados;
    • Superar barreiras internacionais;
    • Reduzir riscos;
    • Compartilhar custos com matéria-prima;
    • Otimizar as operações;
    • Obter tecnologia e know-how;
    • Efetuar capitalização.

No Brasil, um exemplo de Joint Venture que se pode estudar é o que foi feito pela união da Brasil Foods S.A. (BRF) coma Singapore Food Industries, uma empresa de Cingapura. O plano da BRF – empresa holding de subsidiárias conhecidas no Brasil, como Sadia, Perdigão e outras – era obter acesso aos consumidores do país e expandir sua atuação na Ásia.

Por que pensar em Joint Venture empresarial?

As empresas que optam por executar a estratégia Joint Venture o fazem porque entendem que a probabilidade de sucesso é maior por meio do trabalho em conjunto. Vamos exemplificar:

Imagine o seguinte… Uma organização com bastante capacidade técnica, mas sem dinheiro, e outra com muitos recursos financeiros, mas sem propriedade intelectual. Em uma parceria Joint Venture, ambas se complementam para otimizar seus processos e, consequentemente, obter mais oportunidades nos negócios. As empresas podem se unir de duas maneiras:

O que é Joint Venture Contratual?

Joint Venture Contratual é um acordo em que duas empresas se unem para executar um projeto ou alcançar um objetivo em comum e, para isso, assinam um contrato com termos estabelecidos. Ambas compartilham os lucros ou perdas do empreendimento, conforme os termos descritos no contrato.

O contrato de colaboração, classificado como um acordo básico, é o instrumento jurídico a ser formalizado entre as empresas parceiras. Não existe uma regra que diz como se deve escrevê-lo, mas é fundamental que o documento registre todas as condições da parceria e responsabilidades de cada envolvido.

O que é Joint Venture Societária?

Já a Joint Venture Societária tem como principal característica a criação de uma outra empresa com identidade jurídica própria, enquadrando-se em uma das normas societárias vigentes. As mais comuns são a Ltda e a S/A. Este modelo, normalmente, é aplicado por parcerias que almejam objetivos de longo prazo ou por prazos indeterminados.

Além do mais, por conta da complexidade da operação, a criação de uma Joint Venture Societária exige muito cuidado quanto às divisões de papéis e responsabilidades de cada integrante na nova empresa.

Joint Ventures x Mergers

Você pode estar se perguntando: “afinal, qual a diferença entre Joint Ventures e Mergers (fusões)?” Para responder este questionamento, pode-se dizer que existem diversas diferenças entre essas duas estratégias. A principal é que Joint Ventures representam uniões de negócios temporárias, enquanto Mergers são compromissos permanentes.

Além do mais, em uma parceria Joint Venture, existem uma ou mais áreas das empresas envolvidas que podem trabalhar juntos. No entanto, os outros setores continuam separados. No caso das fusões, integra-se totalmente as partes.

Em geral, as Mergers são formadas quando duas organizações pretendem continuar negócios como uma única empresa. Nas uniões de Joint Ventures, as entidades envolvidas continuarão a existir separadamente, embora trabalhem juntas.

Associação Econômica entre empresas

Agora, evidentemente, vem a pergunta que não quer calar: quais as vantagens e desvantagens de uma associação econômica como a estratégia Joint Venture entre organizações? É o que descobriremos a seguir:

Descrição da imagem: barco de papel disposto sobre livro do mapa mundi. Na extremidade inferior à esquerda, escrita diz: "Joint Venture: na aventura, partilha-se tanto a fortuna quanto os infortúnios".

Vantagens:

    • Oportunidade de obter novos conhecimentos e experiências;
    • Acesso a novos recursos;
    • É um acordo temporário, não permanente;
    • Caso o projeto falhe, riscos e custos serão partilhados entre os lados envolvidos;
    • Redução dos custos;
    • Expansão para novos mercados;
    • Possibilidade de aumento da oferta por um menor custo.

Desvantagens:

    • Pode haver desequilíbrio de expertise, ativos e investimentos;
    • Choques de cultura e de tipo de gestão que resultem em baixa cooperação e integração;
    • Possibilidade de haver falhas de comunicação a respeito dos objetivos;
    • Gasto de tempo e energia para que o relacionamento comercial dê certo.

O que avaliar em uma empresa antes de fazer um Acordo Comercial?

Como o leitor pôde perceber ao longo deste artigo, adotar a estratégia Joint Venture é algo que não se faz da noite para o dia. É um processo que mexe com a estrutura do seu negócio e, portanto, deve ser bem pensado e avaliado antes de qualquer tomada de decisão. O que se deve avaliar em uma empresa antes de fazer um Acordo Comercial? É o que veremos:

Avaliando seu negócio

    • Revisão da estratégia comercial: é importante, antes de tudo, observar os planos comerciais da organização e entender se uma Joint Venture é realmente a melhor alternativa. Existem outras opções que podem ser mais indicadas para o seu negócio, dependendo dos seus objetivos;
    • Benchmarking: não deixe de observar como se comportam os seus concorrentes. Analise como sua concorrência atua em novos mercados. Cada região possui características específicas. Por isso, é vantajoso fazer parcerias comerciais com empresas do país que tenham o mesmo plano de atuar no exterior;
    • Análise SWOT: entender os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças é fundamental para descobrir se as empresas darão complemento uma à outra;
    • Considere os colaboradores: também é importante considerar que os colaboradores da sua empresa podem se sentir ameaçados pela união com outra organização, temendo a perda de seus cargos. Portanto, tenha sempre uma comunicação clara e transparente;
    • Análise de Cenários: observe os contextos em que a empresa está inserida, tanto interna quanto externamente, e busque constatar possíveis ameaças com que a organização pode se deparar no futuro. Isso auxilia o negócio a desenvolver uma visão mais clara do cenário atual, possibilitando tomadas de decisão mais fundamentadas e precisas;
    • Observe a viabilidade do projeto: os investimentos que serão realizados pela sua empresa para fazer parte da Joint Venture são viáveis? Analisar a viabilidade dessa parceria comercial também é essencial.

Avaliando seu parceiro

Além disso, existem algumas perguntas que podem te orientar na avaliação do seu parceiro:

    • As empresas envolvidas possuem os mesmos objetivos de negócio?
    • A empresa já possui parceria de Joint Venture com outra organização?
    • Que valores da outra empresa complementam os seus?
    • Qual é o tipo de gestão que eles utilizam?
    • Qual é a reputação da empresa no mercado? E que reputação possui perante funcionários e clientes?
    • A empresa é estável financeiramente ou possui algum problema de crédito?

Caso seja tomada a decisão de aplicar a estratégia Joint Venture na sua organização, deve-se ter em mente que é um dever da Governança corporativa – e, mais precisamente, do Conselho de Administração – garantir que tudo saia bem, permitindo o sucesso e a perenidade do negócio. Afinal, a mitigação e prevenção contra riscos é uma das boas práticas de Governança corporativa.

Por fim, pode-se concluir que a estratégia Joint venture é um tipo de parceria comercial de curta ou longa duração. Esse arranjo visa alcançar um objetivo em comum entre as duas empresas, compartilhando custos e lucros, êxitos e insucessos. É uma estratégia que pode ser vantajosa ou desvantajosa para o seu negócio. O resultado dependerá da cautela com que se pretende operar tal associação.

 

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